O que é Resíduo Zero?
Você já deve ter ouvido falar no conceito de “Resíduo Zero”, mas sabe o que realmente significa? Essa abordagem visa manter os resíduos fora de aterros e do oceano. O foco é mantê-los na economia, diminuindo a quantidade de novos resíduos produzidos. O resíduo zero promove padrões responsáveis de produção e consumo.
Desde 1970, o uso de recursos naturais cresceu de 30 para 106 bilhões de toneladas, acarretando impactos ambientais dramáticos, e a estimativa é de que a geração de resíduos aumente em 56% de 2023 até 2050, de acordo com dois relatórios recentes do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
“O consumo excessivo está nos matando. A humanidade precisa de uma intervenção”, disse António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.
Uma gestão de resíduos eficiente traz grandes oportunidades: reduz a extração de recursos naturais; fortalece os meios de subsistência locais, diversifica novos modelos de negócios e melhora a qualidade de vida nas cidades. A gestão sustentável de resíduos também pode reduzir a emissão de gases de efeito estufa, colaborando para o combate à mudança climática.
Resíduos orgânicos da agroindústria e de cidades podem ser transformados em energia e combustível sustentáveis por meio do biogás. Dados do projeto GEF Biogás Brasil mostram que, se o potencial total de produção de biogás no Brasil fosse atingido, em torno de 642 milhões de toneladas de CO2 equivalente poderiam ser evitadas todo ano, ajudando o país a atingir a meta nacional de redução de 53% das emissões de gases de efeito estufa até 2030.
Promover iniciativas de resíduo zero pode ajudar a avançar todos os objetivos e metas da Agenda 2030, com destaque para o Objetivo Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11, tornar cidades e assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis; o ODS 12, garantir padrões de consumo e produção sustentáveis; o ODS 13, ação contra a mudança global do clima, e o ODS 9, construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
Além de proteger o ambiente, a abordagem de Resíduo Zero pode gerar um ganho líquido anual de US$ 108,5 bilhões, reduzindo significativamente o custo global da gestão de resíduos.
“Nosso planeta não pode continuar a fornecer recursos incessantemente e receber poluição em troca”, avalia Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA.
Qual a sua parte no caminho para o resíduo zero?
Estima-se que todos os anos, a humanidade produz mais de 2 bilhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos.
Por isso, governos nacionais e locais, sociedade civil, setor privado, academia, comunidades têm um papel a desempenhar para alcançar a redução da geração de resíduos.
Veja abaixo 7 formas de ajudar a transformar os resíduos em recursos valiosos:
O Brasil é o maior produtor de plástico da América Latina, com cerca de 500 bilhões de itens de plástico de uso único (pratos, copos, embalagens e talheres) produzidos anualmente. Grande parte disso está contido em produtos descartáveis que rapidamente se tornam resíduos, poluindo a terra, o mar e o ar.
Segundo um relatório do PNUMA, os plásticos são a maior, mais prejudicial e mais persistente fração do lixo marinho, representando pelo menos 85% do total de resíduos marinhos. Apenas 9% do resíduo plástico é reciclado, enquanto 17% é incinerado, 22% não são coletados e 46% são jogados em aterros sanitários.
O mundo precisa eliminar os plásticos de uso único e desnecessários. Redesenhar os produtos. Redesenhar as embalagens para que não sejam necessárias ou usem menos plásticos. Reformular os sistemas de reutilização, recarga e, sim, reciclagem.
A boa notícia é que, segundo o PNUMA, indica que podemos reduzir a poluição plástica em 80% até 2040 se os países e as empresas fizerem mudanças profundas nas políticas e no mercado usando as tecnologias existentes.
Por esse motivo que a Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA 5), há dois anos, marcou o início das negociações do Tratado Global contra a Poluição Plástica, que devem ser concluídas este ano.
Recusar itens de uso único, reutilizar os produtos plásticos e dar preferência a outros materiais são ações fundamentais para reduzir os danos da poluição plástica aos ecossistemas.
Considerar a importância de uma transição equitativa, garantindo que a mudança para uma economia circular seja justa e inclusiva também é importante.
Desde a coleta, passando pelo transporte, reciclagem, até a disposição final, a gestão de resíduos oferece muitas possibilidades de renda. Nesse sentido, o programa Waste Wise Cities, do ONU-Habitat, ajuda governos locais a encontrarem soluções concretas para otimizar a gestão e estimular a economia.
Segundo o Relatório de Lacuna de Circularidade da América Latina, a adoção de estratégias de circularidade poderia gerar até 8,8 milhões de novos empregos. Um exemplo claro disso ficou evidente em um estudo do projeto GEF Biogás Brasil segundo o qual se atingíssemos o potencial total de produção de biogás por meio do reaproveitamento energético de resíduos orgânicos, poderíamos gerar cerca de 800 mil empregos no Brasil.
Essa mudança transformadora não é apenas sobre reduzir resíduos ou emissões de carbono; é sobre redefinir o crescimento econômico. É crucial que esses desenvolvimentos considerem também os direitos e o bem-estar dos trabalhadores informais, que já estão contribuindo para as atividades de economia circular, garantindo que eles não sejam deixados para trás.
A promoção de iniciativas de resíduos zero pode ajudar a avançar todos os objetivos e metas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, incluindo o #ODS11, o #ODS12, o #ODS13 e o #ODS9.
Junte-se a nós nessa jornada transformadora e seja parte da solução. Quando se trata do nosso planeta, cada gesto em direção à sustentabilidade é um passo rumo a um futuro esperançoso.
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Fonte: ONU Programa para o meio ambiente